Traumatismo Craniano
O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é uma doença muito incidente. Assim como em outros traumatismos as quedas da própria altura são uma das principais causas de TCE nos extremos da idade (idosos e crianças). Dentre os adultos jovens os acidentes automobilísticos, atropelamentos e agressões predominam.
As lesões podem ser superficiais acometendo apenas as camadas do couro cabeludo ou profundas ocasionando fraturas ao crânio ou mesmo lesões ao encéfalo (cérebro, cerebelo ou tronco encefálico).
O diagnóstico clínico baseado em uma anamnese precisa e objetiva aliado a um exame físico minucioso é fundamental. Após esta etapa o médico pode solicitar exames complementares de imagem como Rx, tomografias ou ressonâncias magnéticas, a depender da indicação e suspeita clínica.
As fraturas cranianas podem ser tratadas de forma conservadoras quando alinhadas e pequenas ou cirurgicamente quando há afundamento craniano comprometendo as estruturas encefálicas ou fraturas expostas.
O encéfalo pode sofrer contusões e hemorragias após um traumatismo. Em traumas de alta energia cinética pode haver uma hemorragia aguda ou edema cerebral que podem levar o paciente a apresentar déficits neurológicos ou mesmo perda da consciência. Neste caso um serviço de pronto atendimento deve ser acionado imediatamente, pois talvez haja a necessidade de tratamento neurocirúrgico de urgência e/ou internação em UTI para tratamento neurointensivo. O médico neurocirurgião e o médico intensivista podem lançar mão de dispositivos implantáveis (cateteres) para monitorar a pressão intracraniana e hemodinâmica do paciente no ambiente de UTI, otimizando assim o tratamento.
Em pessoas idosas que já apresentam algum grau de atrofia cerebral hematomas crônicos podem se desenvolver mesmo dias após um traumatismo craniano leve. Os sintomas neurológicos progridem lentamente e podem ser confundidos com “problemas da idade”. Em um contexto de alteração comportamental após história de TCE o paciente deve consultar um neurocirurgião ou ir ao pronto-socorro.
Em alguns casos os traumatismos cranianos podem resultar em sequelas neurológicas, algumas transitórias e outras permanentes. Estas sequelas podem ser motoras, sensitivas, visuais, comportamentais, alterações de fala ou memória, olfato ou audição, a depender da área encefálica acometida. Um trabalho multidisciplinar é fundamental para a recuperação do paciente vítima de traumatismo craniano.